sábado, 30 de outubro de 2010

"A Essência do Dragão" de Andrés Carreiro

Resenha em parceria com     .

.o O o.
A Essência do Dragão - Ressureição
Andrés Carreiro


FUMEGA, Andrés Carreiro. A Essência do Dragão. Ressurreição. 1 ed. Osasco: Novo Século. 2010. 310 p.

SOBRE O AUTOR
Andrés Carreiro nasceu no Rio de Janeiro em 1977. Desde criança era fascinado por tudo que se referia à ciência e à imaginação. Por algum motivo perdido no tempo e no espaço, sempre foi fascinado pela figura mitológica dos dragões. Na adolescência começou a desbravar o mundo da literatura e suas diversas possibilidades. Estudou Física e História na UFRJ, mas foi no ofício de escritor que encontrou sua verdadeira realização.

SOBRE O LIVRO
     Antes de qualquer coisa sobre esse livro, é preciso fazer um breve exercício: pense em um dragão. Se como eu tu pensaste em um grande lagarto verde que voa, solta sons guturais, cospe fogo e destrói vilas e rebanhos em sua saga em busca de saciar a fome, bem, esqueça praticamente tudo isso.
     Os dragões que povoam este livro há muito deixaram seu lado selvagem e formam uma civilização com uma cultura avançada, tendo a muito saído do planeta Terra para colonizar outros locais artificialmente construídos e deixar seu planeta natal seguir seu rumo sem as alterações de sua civilização.
     E é fora do nosso planeta que a história acontece. É em seu novo lar que a raça dos dragões se depara com uma ameaça e se vê cada vez mais próxima de seus instintos ancestrais. E em meio à guerra, a última esperança de sobrevivência da raça dos dragões está no seu planeta de origem. E em busca da ressureição da raça é que parte o mais novo Tlüogodärami.
     O livro é muito bem escrito, nos mostrando com detalhes esse novo conceito de dragão. Confesso que demorei um pouco para ler, mas principalmente porque comecei lendo com a idéia que já comentei que tinha sobre dragões e, claramente, isso prejudicou um pouco que eu compreendesse o livro, então parei e voltei a ler com a calma necessária para degustar a história.
      A única parte que não gostei, principalmente por não concordar, foi com o motivo que os levou à guerra. Quem não quiser, que pare de ler agora, já que vai ter um leve spoiler. Bem, é que não consigo ver como a raça tão racional que foi apresentada passa a sentir um ódio tão grande por uma espécie desconhecida e que, pelo que sabiam, apenas tentava se reproduzir. Quer dizer, seria quase como se chegasse um animal num bairro e comesse a maior parte das pessoas que morassem ali, sim, todos teriam raiva ou medo daquele indivíduo em particular, mas depois de destruir aquele animal, duvido que os sobreviventes uniriam os esforços para acabar com qualquer vestígio de todos os animais da mesma raça... Bem, de qualquer forma, esse pequeno "desacordo" apesar de ter atrapalhado um pouco minha leitura da história, não fez o livro ficar ruim. Os últimos capítulos, em especial, foram muito bons!

FRASES
"As lamentações eram inevitáveis. Tratar com o desconhecido provocava sentimentos dessa ordem. O 'tentar novas alternativas' sempre passava por muitas mentes desconsoladas." p.144

"O dragão primitivo, aquele personagem que matava para não morrer e que lutava uma batalha por dia para apenas repeti-la no dia seguinte, começava a despertar de sua letargia envolvida por camadas de cultura e tecnologia." p.160

3 comentários:

  1. Tenho vontade de ler! A idéia da história é interessante... Faz tempo que está na lista... preciso fazer rodar a pilha logo para poder ler...
    Adorei a resenha!
    bjus

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  2. Olá, Gabriela.

    Obrigado pela bela resenha. E obrigado por ser sincera. Respeito isso. É bom ouvir a opinião de bons leitores. Sobre o ponto que você discorda, quero propor uma reflexão: A Alemanha, há mais de 200 anos, é o país que mais produziu pensamento (filosofia) no Ocidente. Quem pretende ser um bom filósofo, deve saber grego e alemão. Mas neste mesmo lugar, onde existiu as maiores mentes do ocidente, nasceu também o Nazismo. A grande questão histórica é como um povo tão desenvolvido filosoficamente comprou as ideias nazistas? A questão é: será que a inteligência é absoluta? Ou há lugar para a insanidade?
    São pontos legais para se discutir em relação ao livro. Esta é a parte legal da literatura.

    Contudo, respeito sua opinião.

    Abração!

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  3. Eu quero tanto ler esse livro...
    Cara, acredita que a lista de autores nacionais que eu PRECISO ler já está maior que a dos autores internacionais?
    Tenho conhecido muita gente bacana e o fato de conhecer (ou seja, já ter trocado algumas palavras com) o autor do livro é fascinante para mim, rs.
    Ótima resenha Gabi.
    Bjs

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