quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"O Apanhador no Campo de Centeio" de J.D. Salinger

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O Apanhador no Campo de Centeio
J.D. Salinger


SALINGER, Jerome David. O Apanhador no Campo de Centeio. 16 ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor. 1999. 208 p.

SOBRE O AUTOR
J.D. Salinger, autor norte-americano, começou escrevendo ainda na escola secundária, e publicou vários contos no início da década de 1940, antes de servir na II Guerra Mundial. Em 1948, escreveu seu primeiro conto aclamado pela crítica, A Perfect Day for Bananafish (Um dia perfeito para Peixe-banana, em português), publicado na revista The New Yorker, que seria o local de onde sairiam mais outros contos seus nos anos seguintes. Em 1951, publica seu primeiro romance, The Catcher in the Rye (O Apanhador no Campo de Centeio no Brasil e À Espera no Centeio ou Uma Agulha no Palheiro em Portugal), que torna-se um sucesso imediato. O sucesso de The Catcher in the Rye chamou atenção do público para Salinger, que, a partir de então, torna-se recluso, publicando menos do que antes.

SOBRE O LIVRO
     Holden é um adolescente como outro qualquer, descontente com a realidade a sua volta, cheio de convicções e certezas absolutas. Logo no início da história, devido a um péssimo desempenho escolar, ele é mais uma vez expulso do colégio interno onde estudava. Sabendo que seus pais não receberiam a notícia nada bem, ele resolve deixar mais cedo o dormitório e vagar por Nova Iorque com o dinheiro que tem no bolso antes de confrontar seus pais.
     É durante este período que Holden pensa e repensa sobre sua vida, seus objetivos; reencontra pessoas para quem tenta explicar a confusão em que se encontra sua cabeça e traçar rumos para sua vida.
     Acredito que muitos, como eu, só conheciam o livro de nome. Antes de ganhar o livro de presente eu nem ao menos havia pensado em lê-lo e nem sabia sobre o que se tratava, mas eu nunca imaginaria o cenário já apresentado no primeiro capítulo, sempre imaginei um romance com um toque rural ou algo do gênero, nunca um adolescente rebelde de classe média alta em Nova Iorque. Mas há uma explicação para o título e não serei eu quem vai tirar o prazer dos interessados em ler o livro de descobrir o que é.
     O melhor da história é que ela foi primeiramente publicada na década de 1950, mas não sendo por uns pequenos detalhes - como não haver telefones celulares, os cinemas serem das indústrias de cinema e de Holden achar oito dólares uma fortuna -, tudo poderia estar acontecendo hoje. A linguagem é fantástica e Holden é um protagonista irritantemente delicioso de se acompanhar, ele se incomoda com praticamente tudo e nem sempre podemos tirar a razão dele, mas nem por isso ele deixa de ser amável em muitas situações.
     Agora, não posso deixar de avisar aos possíveis futuros leitores que, de acordo com o que me falaram quando já estava na metade do livro, há a lenda de que o livro transmita mensagens subliminares que transformam leitores em assassinos... Isso porque os assassinos de John Lennon e do presidente americano Ronald Reagan teriam tirado a inspiração para os assassinatos do livro. Sinceramente, não me sinto nem um pouco mais propensa ao homicídio, mas caso aconteça, já tenho no que por a culpa... Hehehehe!

FRASES
"Comecei novamente a dar em cima das três bruxas da mesa ao lado. Quer dizer, da loura. As outras duas só numa ilha deserta." p.73

"Ela começou a dançar um puladinho comigo - mas bem de mansinho, sem palhaçada nenhuma. Ela era boa de verdade. Bastava tocar nela. E, quando ela rodava, rebolava a bundinha de um jeito que dava gosto olhar. Ela me deixou doido. Palavra. Quando nos sentamos eu já estava meio apaixonado. Aí é que está o problema com as garotas. Toda vez que elas fazem um troço bonito, mesmo que não sejam lá nenhum tipo de beleza ou mesmo que sejam meio burras, a gente fica apaixonado por elas, e aí não sabe mais a quantas anda." p.75

"O caso é o seguinte: na maioria das vezes que a gente está quase fazendo o negócio com uma garota - uma garota que não seja uma prostituta nem nada, evidentemente - ela fica dizendo para a gente parar. Meu problema é que eu paro. A maioria dos sujeitos não pára, mas eu não consigo ser assim. A gente nunca sabe se elas realmente querem que a gente pare, ou se estão apenas com um medo danado, ou se estão pedindo que a gente pare para que, se a gente continuar mesmo, a culpa seja só nossa, e não delas." p.94

"Antigamente eu achava a Sally muito inteligente, mas só de burro que eu sou. Só porque ela entendia de teatro, e peças, e literatura e todo esse negócio. Quando as pessoas sabem um bocado sobre essas coisas, a gente leva um tempão para descobrir se são burras ou não. No caso da Sally eu levei anos. Com certeza teria descoberto muito antes, se nós não tivéssemos namorado tanto." p.106

"Por isso tenho minhas dúvidas quanto aos chatos. Talvez a gente não deva sentir tanta pena de ver uma garota legal se casar com um deles. A maioria não faz mal a ninguém e talvez, sem que a gente saiba, sejam todos uns assoviadores fabulosos ou coisa parecida. Nunca se sabe..." p.123

"Esse é que é o problema todo. Não se pode achar nunca um lugar quieto e gostoso, porque não existe nenhum. A gente pode pensar que existe, mas, quando se chega lá e está completamente distraído, alguém entra escondido e escreve 'Foda-se' bem na cara da gente." p.197

5 comentários:

  1. Li este livro há uns 10 anos atrás e tb não me senti propícia a nenhum homicídio, kkkkk. Lendo vc falar do livro fikei c/ vontade de ler denovo!!! Bjus

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  2. Eu li esse livro muito tempo atrás e a única coisa que me lembro com clareza é de achar o livro muito repetitivo. Sinceramente nunca gostei dele, mas é uma dos que estão à espera de serem lidos novamente. Nunca se sabe, depois de anos nossa visão sobre um livro pode mudar completamente. Vai que dessa vez eu gosto ;)

    bjks
    Sam

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  3. Hahaha, que curioso esse lance com os assassinatos...
    Já tinha ouvido falar no livro, mas nunca procurei saber mais a fundo sobre o que se tratava.
    Dica anotada...
    Bjs

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  4. Oie, Bizinha! Amei conhecer seu blog e vou seguir. ;)
    Tenho vontade de ler esse livro, já ouvi falar muito dele.
    Beijos

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  5. Oi, Bizinha! Acabei de acabar de ler O Apanhador e vou confessar que acabei ficando meio deprimida junto com o Holden. Medo. D: HAHA. Gente que lenda, hein? Espero não ficar mto perturbada, rs. Vou resenhar ele logo, logo.

    Beijinhos,
    Bruna do allstarejeans.blogspot.com

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